Estar em um país diferente, onde se fala outro idioma, me desafia a
aprender a falar na língua local. Moçambique me desafiou desse jeito, pois
apesar da língua oficial ser o português, as pessoas falam mesmo é a língua de
sua etnia ou grupo tribal. E não gostam que chamem de dialeto, pois essa foi a
forma dos colonizadores menosprezarem as línguas faladas por esses povos antes
da dominação europeia.
Pois bem, ouvir as pessoas conversando em giswa ou outra língua
local me deixa agitado; quero aprender, nem que sejam expressões. Já aprendi
diversas, mas com um problema fundamental: minha memória auditiva é fraca
(talvez por não ser de uma cultura propriamente oral), por isso tenho que
anotar em meu caderno as expressões que aprendo. Cantar também é uma boa forma
de fixar as expressões, na verdade um dos meios mais antigos pelo qual a
tradição oral tornou possível passar aprendizado entre as gerações.
Seja como for, esse é um dos aspectos que mais me fascina aqui, e vejo
como eles gostam de ver meu esforço em aprender. Isso nos aproxima e gera um
clima de confiança, que é tão importante nesses casos. A pra. Maísa, que tem se mostrado nossa principal articuladora de logística, me presenteou com uma Bíblia em giswa. Claro que fiquei muito agradecido e emocionado e vou usar nas aulas.
Agora vou ficar por aqui, porque nzi nani wurongo (estou com sono).
gi Pelile (boa noite)
gi Pelile (boa noite)
Gostei da lingua gi sassekile
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