quinta-feira, 24 de maio de 2012

FASE 1 - PREPARAÇÃO


Para quem pensa que os países da África são desorganizados e fáceis de chegar terá uma surpresa. Obter visto para Angola e Moçambique não foi simples, nem fácil. Surpreendente, considerando que são países de fala oficial portuguesa, mas o campo da diplomacia guarda mistérios que os mortais não desvendam facilmente. Assim, muito antes da viagem, há seis meses, começamos a preparação, preenchendo formulários, e cumprindo etapas de um ritual diplomático por vezes irritante.

Mas como dizem, quem está na chuva é para se molhar, então cá estamos nós com essa experiência: de um lado a parte burocrática, fichas e fichas para preencher, formulários bem detalhados, e documentos comprobatórios. E os formulários assinados precisam de reconhecimento em cartório, procedimento que diríamos ser bastante rigoroso.

Do outro lado a preparação tem a ver com prevenção da saúde; estivemos todos com o Dr. Jessé, do Hospital Dr. Emilio Ribas, no centro de São Paulo, onde tivemos muitas orientações sobre prevenção a diversos males, mas em especial, contra a malária, que não tem vacina, só profilaxia. Assim, ficou esclarecido que iremos usar roupas predominantemente claras (para a tristeza do Luciano), muito repelente (nada desses comésticos de farmácia) e tomar um antibiótico preventivamente (para minimizar os efeitos da malária, caso venhamos a contrair).

Além disso, tivemos a deliciosa experiência da vacinação. Eu mesmo, que estava desatualizado, tomei, até hoje, cinco vacinas, sendo que a antirrábica em três doses. Além dela, a de febre amarela, antitetânica, tríplice viral, e da gripe. Faltam a de hepatite e febre tifóide. Antes que você diga "quem mandou ir pra lá", saiba que se você for ao Norte do Brasil precisa das mesmas vacinas, e algumas delas servem para os centros urbanos do sudeste também. Vacina é, acima de tudo, prevenção para ter qualidade de vida. E nós não sentimos nada, pessoalmente não tive nenhuma reação (acho que os anticorpos tiveram tanto trabalho que esqueceram de acionar o botão da febre). Então valeu demais.

Abaixo, fotos da nossa equipe no hospital Dr. Ribas, com nosso companheiro de logística, Demétrio (ou Dimitriu, como gostamos de chama-lo também). Falta aqui o alemão mais brasileiro de todos, Helmut.



De cima pra baixo: eu, tomando a última dose da atirrábica, a Blanches sorrindo na sua vez, e o Demétrio (esq.) feliz ao lado de um desconfiado Luciano, que já tinha tomado sua dose.

Um comentário:

  1. Desejo a todos vocês que essa seja uma experiência enriquecedora e transformadora, que possam aprender a olhar devagar, sem pressa para esse novo mundo, vivemos numa agitação tão grande que as vezes perdemos isso no olhar, e passamos a enxergar superficialmente, que tudo que vocês verem e tocarem, possam também tocar-lhes a alma. E que seja um tempo de paz, aprendizado e comunhão. Abraços!!!

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