Chegar a Cambine foi uma experiência renovadora. Cambine é um vilarejo,
que não é muito diferente de uma pequena cidade rural brasileira. As pessoas
são acolhedoras, convive-se com os animais de maneira tranquila, não há
movimento de veículos, o chão é de terra batida ou fofa, dependendo da área.
Cambine tem um complexo de edifícios ligados à Igreja Metodista: um orfanato, o
seminário, casa de hóspedes, casa pastoral, centro de convivência, que estão do
lado de uma escola, e circundados por várias casas de alvenaria simples para
nós, boas casas para os locais. Uma casa simples é na verdade uma choça, que
estaria na base social daqui, como um barraco na favela está no Brasil.
As pessoas têm sido fenomenais na forma de nos tratar. A prof.ª Blanches
já era conhecida de muitos, por isso a receberam como uma amiga, mas mesmo eu,
que estou aqui pela primeira vez, tenho sido muito bem tratado, com carinho e
já fiz vários amigos, como o Bernardo, o Teixeira, o Armindo e o Amansio, jovens
pastores que enfrentam o desafio do ministério pastoral em comunidades de 800 a
1000 pessoas.
Estou hospedado na casa de missionários alemães, que chegam na
quarta-feira, e não posso reclamar: tenho cama macia, tela nas janelas e
portas, e se não tem banho quente, tenho fogo para esquentar a água e tomar
banho de caneca (coisa que já fiz muito
na minha vida). A prof.ª Blanches está em outra casa, com a pra. Maísa,
missionária brasileira aqui em Cambine.
Um problema que aprendemos a conviver aqui não é a falta de luz, mas de
água após 19h, pois o abastecimento é cortado, por motivos que ainda não me são
muito claros. Então tomamos banho até a hora do jantar, ou então só no dia
seguinte.
Falando em jantar, a comida tem sido muito boa, nada tão diferente que
eu possa chamar de exótica: frango, arroz, salada de repolho, alface e tomate,
peixe frito inteiro com molho, e o famoso xime, um tipo de angu, que é
branco porque o milho é branco. Disseram que eu ia emagrecer aqui, mas corre o
risco é de engordar. Só o café é que não tem, aqui se toma muito chá. No café
da manhã (chamado aqui de pequeno almoço ou mata-bicho) come-se ...
As frutas aqui são as mesmas tantas que comemos no Brasil: banana,
tangerina (trangerin) foram as que vi. E tem o côco, muito comum na
região, mas que ainda não vi.
E assim vamos convivendo com essa gente que tem a liberdade como
princípio de vida, enfrenta muitas dificuldades, mas que é alegre e musical.
Sobre isso falarei num próximo post.
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